Ser saudável está nas nossas mãos

 

Exercícios físicos são um dos pilares para vida longeva e saudável

Nunca se falou tanto sobre saúde. E a pandemia e os Jogos Olímpicos nos convidaram a pensar no assunto de modo mais abrangente e integral. Todos conhecemos ou ouvimos falar de alguém que sofreu crises de estresse, ansiedade ou pânico nos últimos tempos, sentindo na pele as consequências do desequilíbrio emocional. Nas Olimpíadas de Tóquio, a decisão da favorita da ginástica Simone Biles de não participar das finais direcionou ainda mais os holofotes para a importância da saúde mental.

Isso não é de hoje: até a Organização Mundial da Saúde (OMS) compartilha do conceito de que saúde não é apenas ausência de doença e, sim, um estado de equilíbrio físico, mental e social.

Minha proposta com esta coluna é tratar a saúde sob todos esses aspectos e destacar o nosso papel como protagonistas nesse processo, porque a saúde e o bem-estar são resultados das escolhas que fazemos no nosso dia a dia.

A ciência comprova. Na última década, centenas de pesquisas mostraram os benefícios de ter uma vida ativa, fazer boas escolhas à mesa, cuidar da qualidade do sono e driblar o estresse. Esse combo forma o nosso estilo de vida.

Os estudos mostram que adotar hábitos mais saudáveis reduz em até 80% a incidência de doenças crônicas não-transmissíveis, entre elas colesterol alto, hipertensão, problemas cardíacos, diabetes, obesidade e diversos tipos de câncer.

O conjunto de evidências sobre os benefícios de ter uma vida saudável é a base da Medicina do Estilo de Vida, abordagem científica interdisciplinar que prescreve a adoção de hábitos saudáveis para prevenir, tratar e até reverter doenças crônicas.

Esse olhar abrangente destaca seis pilares: alimentação balanceada; atividade física regular; sono reparador; controle do estresse; controle do consumo de substâncias tóxicas (como cigarro e álcool) e relacionamentos saudáveis.

“Não são pilares isolados, mas um conjunto de elementos inter-relacionados, pois cuidar das emoções é tão importante quanto ter uma alimentação equilibrada”, diz a médica Sley Tanigawa, presidente do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida (CBMEV). A boa notícia é que a genética não é destino: os nossos hábitos podem reduzir o peso dessa herança.

A expectativa de vida está aumentando, mas não queremos apenas uma vida longa. O bônus da longevidade só vale a pena se for acompanhado de qualidade de vida. Queremos viver mais e viver melhor.

Muita coisa já sabemos — ter uma alimentação rica em frutas e legumes faz bem, se exercitar com regularidade é passaporte para a saúde. Difícil é colocar tudo em prática.

Mas ser saudável é mais simples do que parece: não depende de dietas mirabolantes, produtos importados ou de passar horas na academia. Pequenas mudanças no dia a dia fazem grande diferença. E vamos caminhar juntos aqui, onde vou compartilhar meus aprendizados e experiências.

Trabalho com a área de saúde e bem-estar há mais de 25 anos. Durante 17 anos estive à frente das principais publicações do segmento, como diretora das revistas Boa Forma, Women’s Health e Men’s Health.

Meu envolvimento com a vida saudável é bem mais antigo. Tenho 55 anos e pratico atividade física desde os 14 anos. Minhas paixões são a dança e a ioga (sou instrutora do método Superioga).

Tenho dois filhos, o João, com 19 anos, e o Pedro, de 15. A primeira gestação me inspirou a escrever o livro Guia da Grávida em Forma (Editora Nobel/2005, Editora Abril/2015). O interesse por alimentação saudável começou na faculdade e não parou mais. E agora estou direcionando meus aprendizados para as práticas meditativas e de cultivo do equilíbrio emocional.

Adoro a teoria, mas acredito que, quando o assunto é vida saudável, ela só faz sentido quando a colocamos em prática.

(Fonte: O Globo)